É domingo. Dia 28 de setembro.
Mais um daqueles dias em que acordo cedo com o barulho da chuva. Tento voltar a dormir, mas o sono não bate. O clima tem sido bastante instável nos últimos dias, faz muito frio pela manhã, no começo da tarde faz um calor diabólico e à noite, uma ventania que faz as janelas assoviarem por causa de seus fechamentos defeituosos.
Mais uma coisa que devo arrumar quando iniciar as reformas do apartamento. Devo começar a fazer os projetos arquitetônicos em breve, mas a execução acontecerá depois das viagens que espero fazer no final do ano que vem.
Levanto e passo um café. Olho pela janela e a chuva passou. Rezo para que chova novamente, pois adoraria ter um dia de domingo chuvoso e não fazer nada.
Começo a assistir uma série e logo são dez horas. Penso no que vou comer de almoço, pois minha mãe está viajando. Quase vou para a cidade onde ela está, que não fica longe, mas parece que Deus tinha ouvido minhas preces e logo choveria novamente.
Um dos clássicos motivos de tristeza da vida adulta é esquecer de tirar a carne do congelador, ou esquecer que já tirou há alguns dias. Felizmente tenho melhorado nessa organização.
Lembrei que tinha um bife fresco descongelado e fiquei contente. Mas faltavam alguns ingredientes para preparar meu almoço. Fui ao mercado e aproveitei para comprar alguns itens que faltavam para minha dieta semanal. Frutas, principalmente.
Ao olhar a prateleira de bananas, uma senhora se aproximou e disse que estavam caras. Disse que o preço há alguns dias estava realmente a preço de banana e continuou:
— Meu filho, vou te falar uma coisa que aprendi com o padre da Bom Jesus.
— Ah, é? — respondi. A facilidade de pessoas idosas em conversar com outras pessoas, em absolutamente qualquer situação, me faz lembrar que um dia a única forma de se comunicar com uma pessoa era falando com ela, literalmente.
— Ao invés de jogar as cascas da banana fora, você raspa essa parte branca e come com colher, isso vai ajudar a ter uma visão melhor, ter uma saúde melhor. Já caí dois tombos feios e não sofri nenhum machucado.
— Mas caiu pisando nas cascas que não jogou fora ? — Pensei. De alguma forma Jesus iluminou meu coração e não deixou que eu fizesse a piada em voz alta. Não que a piada fosse para zombar da senhorinha gentil, mas é que eu tenho problemas com isso mesmo.
— Faça e depois me conte se funcionou. Ah, tem pessoas que pegam e colocam um pouco de mel e passam na pele. Eu não faço isso, porque já sou bonita. — Disse ela e deu uma gargalhada. Eu juro que ela disse. — Faça e depois me conte!
Saiu dali e sumiu no mercado. Dona Dirce, o nome dela.
Comprei as bananas, alecrim, cogumelos e batatas. Voltei pra casa e fiz meu almoço. Minha oração foi atendida e choveu brevemente. Não a tempo de eu conseguir tirar um cochilo vespertino, mas fazer o que.
De alguma forma, o dia se tornou mais longo. Fui ao shopping para tomar um café horrível na Kopenhagen. Dois cafés horríveis, na verdade. Não entendo qual a necessidade de colocar pedaços de chocolate num capuccino.
Pedi café coado, me deram um espresso duplo. Ali minha indignação bateu, mas comecei o livro e queria terminá-lo hoje mesmo, apreciando um bom café.
Mudei de cafeteria.
Mergulhei na história de, O Velho e o Mar. Um livro curto mas com muito significado e é preciso algumas leituras para apreciar o simbolismo por completo.
Bem, nenhuma mensagem de motivação hoje. Só um registro de um domingo qualquer.
Se você leu até aqui, tenha uma ótima semana.
Das outras coisas que fiz essa semana, uma foi começar a pintar.
Um abraço e tudo de bom!