É tudo prática e um pouco de sorte
Sobre meu processo criativo para documentar viagens com vídeos e fotos
Hoje foi um daqueles dias quentes de início de verão, quando fica difícil saber qual roupa escolher porque há uns dois dias o frio estava intenso e tinha chuva, mas o céu está limpo, e não existe nenhum indício de que vai chover.
Coloquei uma camisa de linho de manga curta e resolvi trabalhar um pouco em um café. Antes existia a mesma franquia desse café bem perto da minha casa, ao lado da universidade. Mas fechou.
Agora, para eu tomar um matcha gelado preciso atravessar a cidade e ir até o shopping. Não é uma coisa ruim, porque aí já bato perna nas lojas e converso com as pessoas.
Ao bater meu ponto em uma dessas lojas, a Milene me perguntou como eu fazia para viajar e ainda documentar a viagem em vídeos, fotos e textos e de onde eu tirava tempo para fazer tudo isso.
Este texto é mais ou menos sobre isso, meio que ensinando quem quiser documentar as viagens da mesma forma que eu faço.
Antes de tudo, é preciso entender que faz tempo que eu aprendi a fotografar, fazer vídeos e escrever é uma tarefa que eu tento exercitar quase todos os dias. Escrever é a habilidade “artística” que eu menos sei fazer. Não possuo a técnica tanto quanto tenho nos equipamentos fotográficos.
Isso porque a fotografia é vista e sentida em uma obra estática, pré concebida. Quero dizer, os objetos fotografados já existem no mundo “real” e eu capturo com um objeto. Um texto conduz a pessoa que lê e o concretiza em informação usando sua própria capacidade de interpretação e imaginação. O texto não existe em lugar nenhum de forma concreta até ser escrito.
Uma das minhas características é que eu me torno obsessivo sobre aquilo que quero aprender. Então quando comecei a fotografar e fazer vídeos, exercitei muito durante muito tempo.
Ao mesmo tempo, eu sou muito preguiçoso. Então sempre busco criar “protocolos” ou métodos que me auxiliem na complitude das tarefas artísticas de maneira mais eficiente, deixando todo o trabalho árduo para a essência do que é fazer a arte do que as tarefas tangentes.
A fotografia possui etapas claras:
Planejamento - Saber o que, como, quando vai fotografar e quais equipamentos.
Execução - Fotofrafar no momento.
Pós-produção - Edição das fotos.
Todas as etapas possuem um tempo determinado e com a prática ficam mais fáceis. Quando eu era iniciante, a execução era a etapa que mais me atrapalhava, porque eu fazia milhares de fotos em uma sessão e depois sofria um monte na pós-produção para escolher as melhores.
Hoje eu consigo tirar pouquíssimas fotos e entregar a mesma quantidade do que se tirasse muitas, porque tenho uma linha de poses e enquadramentos que já pensei antes de começar os ensaios.
Ainda, como não sou profissional, tenho a liberdade de limitar bastante meu trabalho. Particularmente, acredito que ensaios fotográficos — principalmente retratos — a umas vinte fotos, pensando muito. Mas esse é um tema para outra hora.
Meu processo criativo quando viajo
Viajar é legal e acredito que fotografar e fazer vídeos servem ao propósito de documentar sua viagem. Gastamos muito tempo pensando em que tipo de equipamento levar, mas o importante é registrar o que é mais importante para você.
Acredite, fotos ruins também são fotos boas quando feitas com um propósito.
Dessa forma, quando a minha viagem é rápida, eu levo uma câmera compacta e aconteça o que acontecer, vou ter que me contentar com as fotos que saíram dela.
Quando os eventos de uma viagem são previsíveis, consigo escolher o equipamento de forma mais efetiva. Por exemplo, amanhão vou a um concerto de orquestra sinfônica. Meu lugar na plateia é meio longe, então não adiantaria eu levar essa câmera, pois preciso de uma lente que tenha um zoom interessante.
Devo fazer umas dez fotos, e é isso.
E agora vem o passo mais importante — que eu nem sempre sigo mas sempre tento — que é esvaziar o cartão de memória para o computador, selecionar as fotos que eu vou querer editar e apagar o cartão de memória.
Esse passo salva mundos e faz com que aquelas fotos da viagem que você fez fique por anos sem serem vistas novamente.
Ninguém fala mas é verdade
Existe uma diferença muito grande quando você viaja sozinho ou em grupo. Ou quando sua viagem sozinho também consiste em visitar outras pessoas.
Quando isso acontece, você — normalmente — quer curtir as pessoas que estão viajando contigo, e o tempo que você teria para editar e salvar as fotos ou escrever é o mesmo tempo que é possível curtir juntos a viagem, beber mais, ficar conversando até tarde, entre outros.
Portanto, se você pretende documentar toda sua viagem enquanto ela acontece, saiba que é muito difícil se você não estiver sozinha.
Assim, deixo aqui um pequeno passo a passo resumido para documentar sua viagem:
Saiba o que fazer em cada dia da viagem
Leve seu equipamento de acordo com o seu passeio. Não precisa ter câmera boa, o celular já serve ainda mais se você não souber tirar fotos.
O passo mais difícil e mais importante: Escolha as fotos que você quer editar e delete o resto.
Publique. Mostre para as pessoas e converse com elas sobre sua viagem. Isso pode ser feito tanto digitalmente quanto pessoalmente, mas recomendo pessoalmente.
Tenho um casal de amigos que imprime as fotos das viagens deles e as colocam em álbums. De vez em quando nos reunímos para vê-las.
Uma última coisa: com o tempo você começa a ficar bem treinada para enxergar as coisas como fotos o tempo todo. “Isso daria uma boa foto” vai ser o pensamento mais comum em todos os momentos.
Aí é só fotografar.
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