The Roadtrip 2025 - Diário de Bordo
Alguém sabe uma tradução para roadtrip?
Para entender a importância ou o porquê de eu dedicar parte do meu tempo para documentar a viagem que estou prestes a fazer, assista aos vídeos ou filmes que deixarei no final desta publicação. Bora para o diário de bordo.
Em um dia qualquer, uma amiga mandou no nosso grupo do whats uma super promoção de hospedagem em Gramado. Todos concordamos e fizemos a reserva. Nossa hospedagem lá é de pouco tempo, um final de semana somente. No entanto, como eu tinha alguns dias de férias para tirar, pensei em realizar uma viagem que estava planejando há muito tempo.
Vou postar alguns detalhes por dia. As melhores fotos serão postadas no Instagram, algum tempo depois da viagem porque eu nunca edito.
Sexta - Dia 0
Um dia antes da viagem. Você acha que eu tenho minhas malas prontas para uma viagem de quinze dias? Não tenho. Preciso comprar algumas coisinhas pra facilitar minha jornada, tipo um suporte para celular para o carro.
Outra coisa que preciso decidir e que já virou meme entre meus amigos é: quais são as câmeras que eu devo levar na viagem? Imagino muitas fotos, mas executá-las demanda muito esforço e paciência.
A minha fuji serve para quase todos os cenários, mas com baixa iluminação, deixa muito a desejar. Mesmo assim, ela deve ser minha câmera principal durante o dia por ser pequena e versátil, com uma boa qualidade de cor.
Para ambientes mais escuros e mais difíceis, devo usar minha sony a6400. Tenho diversas possibilidades de lentes e vai me ajudar a fazer algumas imagens diferenciadas.
Quando penso nas paisagens, lembro que poderia levar minha Nikon porque tenho lentes grande angulares que me ajudariam a demonstrar a dimensão de alguns lugares icônicos da serras. Tipo, uma lente fish-eye ou uma 10-24 dariam um belo contexto.
Devo fazer vídeos? Talvez. O problema do vídeo é a edição. Não consigo editar durante a viagem porque meu computador não é potente o suficiente. É um notebook de 2014, tadinho. Acho que eu mal consigo editar fotos nele, preciso fazer o teste antes de sair.
Drone. Tenho uma história engraçada com um drone que comprei certa vez, mas fica para outra hora.
Outras coisas que fiz para garantir uma viagem mais tranquila — E que aqui os deuses dos perrengues não se sintam desafiados — foi fazer revisão do carro e verificar os seguros.
Updates
Esqueci de lavar roupa essa semana. Choveu demais e nem passou pela minha cabeça que eu precisaria. Amador.
Uma dica para quem viaja com material eletrônico é levar uma régua com várias tomadas, para poder carregar as baterias todas de uma vez enquanto dorme.
Se você vai viajar sozinha/o, é legal manter contato com a galera ou compartilhar a localização no google e seu itinerário com pessoas de confiança. Ter um celular reserva também pode ajudar muito.
Instalei o programa de edição de fotos no computador que vou levar e funcionou. Meio devagar, mas funcionou. Assim vai rolar de publicar umas fotinhas “quase” que em tempo real também.
Sábado - Dia 1
Acordei antes que o despertador tocasse. Quando viajo fico um pouco ansioso e nunca perco a hora. Acordo bem antes do horário, mas acabo não dormindo direito. Também fui dormir um pouco tarde e tive poucas horas para descansar propriamente.
Fui tomar um cafézinho no posto de combustível, deixei a chave de casa com minha mãe, para que ela passe dar água para as plantas e verificar se tudo está no seu devido lugar.
Passei na rodoviária pegar minhas duas caronas. Como é um trajeto bem conhecido, até Curitiba, resolvi oferecer pelo bláblá. Quase perto da hora do almoço parei em um restaurante que nunca tinha visitado antes, mas como o horário favorecia, resolvi tentar comer ali mesmo.
Na idade que estou, algumas comidas dão alertas gritantes ao meu fígado, mas mesmo assim, às vezes, insisto. Hoje foi um desses dias.
Spréa. Nome interessante. Parece eu falando pra mãe: Spréa esse repelente nas minhas costas.
Arrisquei um pastel de carne com coca. Sabe quando está tão oleoso que parece que você passa gloss? Pois então, eu não sei, porque nunca passei. Mas deve ser parecido. Na hora minha cabeça começou querer doer. Sobrevivi firme.
Não daria para começar a minha viagem de quinze dias ficando doente no primeiro. Se bem que uma das passageiras estava tossindo e parece que estava resfriada.
Cheguei em Curitiba e fui ao hotel. Um lugar bem no centro, mas que não tem estacionamento. Não tem onde estacionar em lugar nenhum. Achei uma vaga na frente do restaurante que almocei e deixei o carro por lá mesmo.
Como não conheço muito a capital do nosso querido estado, procurei no maps um lugar para almoçar e o nome de um lugar me chamou atenção: “Bife sujo”. Na hora meu fígado me alertou: “Você só pode estar de brincadeira”.
Resolvi dar uma chance. O que eu gosto do Brasil é que determinados lugares é impossível comer mal. Um restaurante chamado Bife Sujo em que as pessoas que trabalham lá são duas vezes maiores do que eu, só pode ter comida boa.
Pedi um prato executivo de picanha com ovo a cavalo — Ah, a língua portuguesa! Executivo é a mesma coisa que PF (Prato Feito), para a nova geração.
Picanha, batata frita, salada porque eu to na dieta, um caldinho de feijão, arroz, farofa e ovo.
Lá pelas tantas e quase acabando o prato, vi que tinha um vidrinho de pimenta ali. Descansando como uma armadilha para os desavisados, com sua cor vermelha inofensiva.
Pensei: Não deve ser muito forte, né? Tá aqui aberta ao alcance de qualquer criança. Ninguém deixa uma pimenta aberta ao alcance de crianças. Bom, depende do tipo de educação que você quer dar para seus filhos.
Eu juro pra vocês que eu pinguei duas gotinhas ali no prato e dei uma misturada para, né, dar uma amenizada e minha nossa senhora rainha das pimentas, que forte. Ainda bem que não sou afligido pelas feridas conhecidas por muitos homens de meia idade.
Mesmo assim, comida boa demais.
Depois, fui a um café que se tornou um ponto favorito da cidade.
Degusto. Esse é o nome do café. Estética agradável, ornamentada com obras de artistas contemporâneos que desejam fazer sua arte ficar mais conhecida. A Sol que indicou e curti demais. Passamos um bom tempo conversando sobre fotografia e foi divertido.
Estou no hotel. Cansado. Se eu tiver forças devo sair jantar em algum lugar e atualizo aqui, senão, só amanhã. Meu ônibus para Morretes sai às oito da manhã e eu tenho que estar no ponto bem antes disso. Vou tentar descansar essa noite.
Ah, as fotos das câmeras virão depois no Instagram. Fica mais fácil usar o celular para documentar e guiar meu processo de escrita do diário de bordo.
Se você está gostando, considere se inscrever. É de graça.
Updates
Depois te ter escrito essa primeira parte, deitei e dormi muito. Acordei quase dez da noite. Com muita fome, pensei em sair comer algo, mas como tenho que acordar cedo novamente, preferi ficar no hotel. Ainda bem que eu salvei o pão de queijo do café e comi para dar uma forrada no estômago até amanhã cedo. Nutri, o dia de hoje não valeu hahaha.
Eu jurava que tinha trazido um moletom, mas não.
Estou me sentindo o Holden Caufield de 16 anos, personagem do romance, “O apanhador no campo de centeio” — Viajando sozinho e sendo narrador dessa história.
Eu trouxe mais do que preciso e ainda nem tudo o que preciso.
Domingo - Dia 2
“Eu controlo o leme, não o vento.”
Essa é a frase que eu uso quando as coisas não saem como eu esperava. Hoje foi o dia em que fiz um passeio de trem pela serra do mar. Vi inúmeras fotos e muitas recomendações das pessoas para fazê-lo.
Acordei antes do esperado, mais uma vez. Tive um sonho estranho: Sonhei que eu era pai adotivo dos filhos do Verstappen, mas sem o bônus de ser casado com mãe dos filhos dele. Sonho estranho, se tem alguém que interpreta sonhos lendo este post, por favor deixe nos comentários.
Tenho ainda o péssimo costume de acreditar que o horário das coisas são, de fato, o horário que as coisas vão acontecer. No bilhete do passeio que comprei dizia que eu deveria estar na estação antes das 7:30, para poder pegar o ônibus que nos levaria até Morretes pela manhã.
Infelizmente, cheguei dez minutos depois porque o Uber cancelou e tive que procurar outros. Como não encontrava os meios de transporte que me informaram por whatsapp, pensei que tinha perdido.
Fui ao guichê e a moça me acalmou dizendo que só sairíamos perto das 9:30. Duas horas, duuuaaass hoooooras, que eu poderia ter dormido mais, comido melhor e usado o banheiro melhor.
Mas tá. Meu humor não muda nessas situações, afinal, estou em férias e aproveitei as duas horas faltantes para ficar observando as pessoas na estação e imaginando a história de vida de cada uma delas. É um tipo de passatempo que tenho.
Se a minha vida fosse uma história, como seria cada personagem que faz parte dela? Todas essas pessoas que irei ver somente uma vez em toda minha vida, são coadjuvantes na minha, mas principais nas vidas delas.
Tipo a senhora Marli, guia do passeio. Com uma voz meio falhada devido ao volume de informações que deve ficar proferindo todos os finais de semana para turistas bastante atentos.
Ou o senhor que me indicou onde deveria pegar o ônibus. Deve ficar ali na estação, todos os dias, o dia todo. E faz o que depois? Que tipo de coisas o transformam na pessoa além do informante de locais e pontos turísticos?
Bom, depois que o tempo passou e inventei diversas histórias em minha cabeça, começamos a descer a serra pela estrada da Graciosa. Estávamos em seis pessoas, duas famílias e eu.
Chegamos em Morretes e fomos almoçar. Comi o típico prato da região, Barreado. Comi bem, mas aqui eu deixo uma dica. Se você tem interesse em fazer esse passeio de trem, não compre a versão completa, que vem com almoço e tal. O restaurante que almoçamos é bom, mas ficamos limitados a qualidade que ele oferece.
Tem vários outros nos arredores que são muito melhores. Portanto, quando comprar o passeio, compre somente as passagens de trem.
Depois de explorar a pequenina cidade de Morretes, ou melhor, a parte mais interessante dela, fui para a estação onde pegaria o trem de volta para Curitiba.
Há dias tem chovido muito. Quase sem parar. Fiz a reserva do passeio já faz algum tempo e quando o fiz, verifiquei a previsão do tempo. Sol, a princípio. Mas como o ditado diz: “se virar o vento, chove” e o vento virou.
Escolhi o passeio que faz a subida da serra do mar, para poder fotografar o por do sol. Mas não teve sol, teve neblina. Mesmo assim, busquei admirar a paisagem ao máximo. A altura em que os trilhos foram construídos é deveras impressionante. Em muitos momentos parece que estamos sobrevoando a mata atlântica.
Recebemos muitas informações interessantes sobre os ciclos econômicos do estado do Paraná. Como a revolução industrial afetou diretamente as cidades perto do litoral e como elas acabaram virando praticamente ruínas devido ao avanço tecnológico, deixando de serem cidades importantes para o desenvolvimento econômico de forma mais operacional, e dando lado para o turismo.
Continua chovendo. Devo ir jantar em um restaurante que a Sol me indicou ontem, comer um lamen, que combina bastante com o clima de hoje.
Segunda - Dia 3
Pois fui ao Ramen e algo inusitado aconteceu. Na época da pandemia toda socialização acontecia pela internet. E depois que comecei a escrever para a Newsletter do meu amigo,
, famoso pelo seu best seller, Esse livro não vai te deixar rico, criei conexões virtuais com muitas pessoas.Uma delas é o Figênio, que acabou se tornando um amigo e nunca nos econtramos ao vivo. Até ontem.
Cheguei no restaurante e como eu estava sozinho, peguei um lugar no balcão. Sentei no meu lugar, olhei o cardápio e notei que o cara do lado tava destruindo o pote de Ramen dele, tipo o Naruto.
“Te entendo, irmão” - Pensei. Ramen é uma das minhas comidas favoritas e o jeito certo de comer é do jeito que não parece certo de se comer. Reconheci a silhueta do indivíduo, mas mandei mensagem pro Beto perguntando se o Figênio tava morando em Curitiba.
Tomei coragem e puxei conversa. O pior que poderia acontecer é que não fosse ele. Mas era.
Depois da janta, resolvi voltar caminhando ao hotel. Curitiba me parece um lugar seguro para andar a noite, tão segura que o perigo sou eu. O percurso era uma via reta, praticamente. Um quilômetro de distância que serviria para baixar o pote que eu tinha acabado de devorar, tal qual meu amigo.
Uns cinquenta metros na minha frente ia caminhando um jovem, mais ou menos no mesmo ritmo que eu. Em determinado momento precisei ameaçar uma corrida para pegar o sinal verde para pedestres. Neste mesmo instante o jovem vira e olha para trás e, naturalmente, me viu avançando em maior velocidade.
Não sei se por eu correr de forma esquisita, ou por causa das minhas tatuagens, mas ele correu muito rápido como se estivesse fugindo de mim.
“Corra mesmo!!!” — pensei. Acho que vou começar a usar essa técnica de correr na direção das pessoas se de alguma forma eu me sentir ameaçado.
Enfim, passei minha última noite no hotel Del Rey.
Pela manhã, tomei meu cafézinho, busquei o carro e coloquei no GPS meu próximo destino. Eu iria direto para Blumenau, mas tenho uma amiga que mora em Itapoá e que eu prometo visita há muito tempo. Pensei em fazer surpresa, mas como ela também viaja bastante, acabei não a encontrando em casa.
Dei um oi pro mar e almocei uma porçãozinha de camarão, antes de pegar a estrada novamente.
Ao colocar mais uma vez meu destino no GPS, notei que uma das rotas pegava uma balsa para passar em Joinville. Era bem curto o caminho para chegar até a balsa, mas o tempo era tanto quanto ir pela rodovia.
Entendi o porquê.
Teve um trecho que eu pensei que o carro iria desmontar pela quantidade de buracos, ou ainda, ficar encalhado naquela estrada arenosa. Cada buraco que eu passava eu bravejava: “por que?, por que!?, por queee!?…” — Mas quem não corre riscos, não conta história.
Passei pelo porto de Itapoá que é, de fato, bem interessante. Alí só passam caminhões — e eu agora, né — mas finalmente, sem nenhum dano ao veículo, cheguei na balsa.
Dirigi por um bom tempo até chegar em Pomerode, uma cidadezinha com estética típica alemã. Como eu tinha comido somente a porção de camarão perto do meio dia, eu estava com muita fome.
Para fazer justiça a festa clássica de outubro, comi um torresmo e tomei um choppinho em um restaurante tradicional da cidade.
Ao chegar na cada da Bianca e do Brian, que acho que fazia mais de dez anos que não nos víamos, começamos a conversar e decidir o que iríamos comer. Fomos ao mercado comprar ingredientes para fazer Nachos. Ou melhor, para o Brian fazer.
Obrigado, pessoal, pelo acolhimento!
Terça - Dia 4
O sol raiou com toda sua força. Bianca e Brian já tinham partido há algum tempo quando eu acordei, afinal, só eu quem está de férias.
Ajeitei minhas coisas e saí tomar um café. Eu não funciono se não tomar café de manhã. Então a Bianca me sugeriu um dos melhores lugares que eu poderia ter ido. Não vou fazer propaganda de graça aqui, mas bem bom.
Tomei um café e comi ovos mexidos com pão, porque talvez seja a única refeição do dia a qual estou conseguindo manter saudável.
Depois, fui até a Vila Germânica onde acontece a Oktober Fest. Almocei lá uma batata recheada e tomei água com gás. Afinal, ainda precisaria dirigir muito tempo para chegar onde estou agora, Urubici.
Comprei uma lembrancinha pra minha mãe, que é “alemoa” e na loja de artesanatos fiz amizade com um casal que viaja para todo lugar com uma kombi. Eles puxaram conversa porque eu etava com minha câmera na mão e pergutaram se eu era fotógrafo profissional e tal.
Contei sobre minha viagem e eles sobre a deles e já marcamos de viajar pra algum lugar. Queria conseguir viajar com todas as pessoas que eu já marquei de viajar.
A estrada de Blumenau até Urubici é magnífica. Mas em Santa Catarina você demora bastante para chegar aos lugares, mesmo perto, porque tem muita curva. É muito divertido, pra quem gosta de dirigir e quer treinar as habilidades ao volante é perfeito.
Parei repor as energias em um posto de combustível.
E após cinco horas de viagem, cheguei ao meu destino. Uma cabana no alto da montanha. Um ótimo lugar para vir sozinho, não é? Nunca nem vi nenhum filme de terror em que alguém vai pra uma cabana nas montanhas.
Mas vai dar boa. Tem dois cachorros aqui na propriedade, um caramelo que será responsável por defender.
Quarta - Dia 5
Roadtrip 2025 - Dia 5
O cachorro que fica aqui na propriedade começou a latir por volta das cinco e meia da manhã. Quando eu esperava poder dormir sem ter os barulhos da cidade, dos carros, o cachorro decidiu latir para os espíritos que não me incomodaram durante à noite.
Quinta - Dia 6
Roadtrip 2025 - Dia 6
Me despedi da cabana e dos cachorros que me adotaram nos últimos dois dias. Quando acordei, por causa do cachorro que latia para os cavalos da propriedade, vi que as nuvens cobriam o vale.
Sexta - Dia 7
Roadtrip 2025 - Dia 7
Hoje não teve cachorro latindo pela manhã e consegui dormir mais. As meninas já tinham saído de casa para trabalhar quando acordei. Servi um café e comi umas bananas.
Sábado - Dia 8
Roadtrip 2025 - Dia 8
O dia começou chuvoso na capital rio grandense. Levantei e vi que meus amigos já tinham saído de suas respectivas cidades em direção a Gramado.
Últimos dias
Roadtrip 2025 - Dias Finais
É segunda-feira novamente. Passei o final de semana junto de meus amigos que também vieram para Gramado. Não documentei sobre os dias que eles estiveram aqui porque tivemos uma agenda bem programada pela Michele.
Um dia qualquer
Roadtrip 2025 - Dia, Sei lá qual dia
É a segunda vez que estou escrevendo este texto. A primeira fiz quando estava no bar para passar o tempo enquanto tomava uma cervejinha. Escrevi no aplicativo do Substack diretamente. Não recomendo.


































